Astrônomos Descobrem Planeta errante vagando pela Via Láctea
Uma equipe liderada por astrônomos da Universidade de Varsóvia, na Polônia, relatou nesta quinta-feira (29) uma descoberta importante: um pequeno planeta errante vagando solitário pela Via Láctea.
Trata-se de um possível planeta de proporções parecidas com as da Terra. Sendo o menor planeta errante a ser observado por um telescópio terrestre até hoje.
Os cientistas suspeitam que bilhões de planetas errantes podem existir na Via Láctea, mas até agora apenas alguns apareceram entre os cerca de 4.000 mundos descobertos além do nosso Sistema Solar .
A maioria desses planetas são enorme, medindo de duas a 40 vezes a massa de Júpiter (o que é equivalente a cerca de 300 Terras).
Mas agora, os astrônomos detectaram um mundo como nenhum outro: um planeta pequeno, quase a massa da Terra vagando pela Via Láctea.
Quando pensamos em planetas, é certo imaginar que eles estejam orbitando uma estrela central massiva, como a Terra faz com o Sol. Entretanto, isso não se aplica a todos os casos. Os planetas errantes recebem este nome justamente por vagarem soltos na Via Láctea, isto é, sem orbitar estrela alguma.
Esta descoberta, relatada em 29 de outubro no Astrophysical Journal Letters , pode marcar o menor planeta invasor já detectado e pode ajudar a provar uma teoria cósmica de longa data.
Buscando planetas
Os cientistas costumam identificar exoplanetas por meio de uma técnica chamada “método de trânsito” que registra as quedas de brilho causadas quando um planeta passa na frente de sua estrela hospedeira e pelo “método de velocidade radial”, que mede variações na velocidade com a qual a estrela se afasta ou se aproxima de nós.
Essas técnicas não são úteis quando se trata de planeta errante. Por mais que os cientistas estimem que eles sejam comuns no universo, é extremamente raro que se consiga identificá-los.
A melhor forma de detectar Planetas Errantes
A forma mais indicada é através do método de Microlente gravitacional. Que acontece quando um corpo celeste está alinhado entre a perspectiva do observador e uma estrela.
Seu campo gravitacional pode atuar como uma “lente”, intensificando o brilho da estrela em questão.
“As chances de observar esses eventos são extremamente reduzidas porque três objetos [a fonte de luz, a lente e o observador] devem estar quase perfeitamente alinhados”, explica o autor principal do estudo, Przemek Mroz.
Por isso, os pesquisadores acompanhavam o brilho de diversas estrelas ao mesmo tempo por meio de instrumentos do Observatório Las Campanas, no Chile.
O planeta foi nomeado como OGLE-2016-BLG-1928. E seu evento de observação durou aproximadamente 42 minutos. Um dos mais curtos já registrados com a técnica de microlente.
E os cálculos da equipe sugerem que a massa do corpo celeste está entre a de Marte e a da Terra.
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